Não, não foi.
De facto, a ausência de postagems desde Junho não se deveu a um deliberado exercício sabático.
De facto, a ausência de postagems desde Junho não se deveu a um deliberado exercício sabático.
Tratou-se antes de um
período de militância activa no esclarecimento aos mais próximos, familiares
amigos e vizinhos (embora com mobilidade limitada) sobre o que vinha
professando desde há muito: induzir nas cabeças mais renitentes, a imperiosa necessidade
de mudar algo na recorrente e vetusta maneira de fazer política em Portugal.
Para isso, seria necessário que,
depois de esclarecidos, com isenção intelectual, livre de dogmas ideológicos, utilizassem convictamente, de forma pacifica, as armas ao seu dispor, nomeadamente, usar a
plenitude do seu voto, de forma adequada e inteligente.
Para quem se deu ao trabalho de
ler o que escrevi neste espaço (vidé as últimas postagems) abaixo) compreenderá
de melhor modo o que defendi e sugeri: votar em qualquer partido menos nos
componentes da partidocracia (PS, PSD e CDS)
Os resultados das eleições
legislativas do dia 4 de Outubro, embora não tivessem resultado, na essência, como desejei,(a ingenuidade,
convicções abstrusas e ânsia na
manutenção de empregos políticos imperaram) acabaram por redundar, na sua forma
final, no que defendi e defendo: a necessidade de dialogar entre forças
políticas divergentes, por forma a se obter uma pluralidade alargada de
consensos políticos (convergentes) fundamentais, conducentes a uma partilha efectiva nas
decisões fulcrais aos destinos do país. Isto com o pressuposto de esse acordo
representar a maioria dos votantes.
Resultou ─ como não poderia
deixar de ser ─ num acordo de posições de partidos à esquerda da coligação de
direita, governante até então.
Não será Democracia
Participativa, mas é uma aproximação saudável a tal objectivo
Se essa formula e manutenção vai
ou não durar uma legislatura, não sei. Que vai ser objecto de percurso difícil, com alguns tropeções, não duvido.
Este é aliás um processo já implantado
há muito tempo em alguns países europeus, alguns considerados como os mais
avançados.
Haverá ainda que reconhecer, com
isenção intelectual suficiente, que algo mudou e está a mudar na forma de
fazer política.
Somos hoje confrontados, através de sinais claros, de
reconhecimento quanto aos exageros cometidos em nome da “salvação financeira”,
através de uma inexorável e cruel aplicação de regras que levaram ao
empobrecimento de muitos milhares de cidadãos e enriquecimento de outros; tudo
em nome da aplicação cega e compulsiva da austeridade, alegadamente como forma
compensatória aos desmandos “do viver
acima das possibilidades”…
O próprio FMI, o reconheceu
recentemente. Sem qualquer pretensão de adjectivar este fenómeno como
sistémico, espero, para bem dos cidadãos europeus, que esta metodologia se
alargue aos países que ainda não a praticam.
Para terminar, direi sem falácia,
que é meu desejo que experiência similar possa vir a ser implantada em Espanha,
resultado das eleições que hoje decorrem. Tenho por lá amigos que merecem tal
desejo, que sei, é igualmente o seu.
J. Ferreira