Há que morrer primeiro para provar que não existem…atempadamente.
Pegando num
assunto que está na ordem do dia (de facto desde há muito, embora com mais acuidade
durante os últimos dois anos) e a propósito de:
1. A demora na marcação de consultas,
testes complementares de saúde, intervenções cirúrgicas, com especial
relevância em especialidades.
2. A evidente falta de meios que alguns
hospitais e centros de saúde enfrentam
3. A declarada cruzada do governo actual
em reduzir as despesas na área da saúde (entre outras igualmente essenciais)
4. O evidente envelhecimento da
população e concomitante aumento de risco à doença em geral
5. A comprovada insuficiência financeira
da maioria dos reformados para suportarem os recorrentes aumentos de custos com
a saúde (entre outros)
6. A declarada e executada politica
deste governo em não pagar aos centros de diagnóstico o valor adequado aos
custos, nomeadamente no campo das especialidades de maior complexidade e/ou
requerendo equipamentos de elevado custo
Ocorreu-me questionar, por oposição
às propaladas economias nesta área, outros diferentes custos de estrutura do
Estado, tais como:
1. Os salários dos governantes, desde o
do primeiro ministro ao do mais modesto colaborador, por ministério, bem como
deputados, funcionários da AR e salários das estruturas partidocráticas das EPP
e IPP incluindo camaras municipais.
2. Comparar, desde o início de funções
até hoje, quais os níveis de redução desses salários
3. Efectuar o levantamento das reduções
em despesas primárias do estado e despesas de capital, incluindo frotas
automóvel e assessorias jurídicas
4. Comparar esses níveis com os que têm
sido aplicados a:
a. Reduções implantadas ás pensões de reforma
b. Reduções de comparticipação nas
despesas de saúde
c.
Redução
do poder de compra dos cidadãos por aumento dos serviços essenciais, tais como
água, energia eléctrica, gás e
transportes
5. Fazer o balanço final, com soma de
todas as rúbricas.
6. Tenho poucas dúvidas que o balanço
será a favor dos cortes sobre as condições de vida (e morte) dos cidadãos.
Como cidadão na casa dos 70 anos, sinto todos os dias, cada vez mais, que esta política contém
virulência suficiente para reduzir drasticamente a longevidade dos cidadãos em
geral, sobretudo a dos reformados, prosseguindo, indecorosamente, de forma
cínica e autopática, na aplicação de políticas supostamente autistas ─
evidenciando um claro e não disfarçado sequer ─ sentimento de
desprezo, considerando-nos como descartáveis.
Por isto
tudo, vou reforçando aos meus filhos o conselho sentido e ajuizado para que
emigrem.
Este país já
não é para velhos, pior… muito menos para jovens.
Nota: O Paulo Macedo será
possivelmente dos melhores ministros deste governo. Considero que se tem
esforçado por implantar novas regras e procedimentos a saudar. Todavia
parece-me estar manietado a números globais de difícil prossecução, isto para
além da resistência recorrente dos interesses corporativos instalados.
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