Ensaio reflectivo
José Ferreira – Agosto de 2012
Prólogo
“Como um único rico põe tantos mendigos a comer!”
“Como um único rico põe tantos mendigos a comer!”
Poderá parecer pretensiosismo começar este trabalho citando
Schiller, mas não é. Trata-se simplesmente
de um aforismo com sentido irónico, à laia de pretexto introdutório ao tema em
título, aplicando-o à verdadeira intenção deste trabalho:
[…] chamar
a atenção de todos os que andam distraídos com as vicissitudes do dia-a-dia,
sugerindo-lhes que parem um pouco, meditem e tentem entender que chegamos ao
limite deste estado de coisas em que vivemos,
havendo necessidade imperiosa de mudar de paradigmas face aos novos
factos demográficos e sociais, exortando-os a agir através da criação de um
movimento cívico que designo como “abstencionismo militante”[…]
1.
Razões fundamentais
Para ficarmos com uma ideia mais precisa do que sucedeu, está
a suceder e, se não fizermos nada, sucederá, recorri às estatísticas
disponíveis nos portais do INE e da PORDATA, comparando os dados de 1960 com os
2011. (à excepção, por falta de dados em 1960, dos índices
de sustentabilidade potencial, desemprego e taxa de crescimento económico)
Descrição
|
1960
|
2011
|
População total-Milhões
|
8.889,4
|
10.561,6
|
População com <
15 anos -Milhões
|
2.596
(29,2%)
|
1.656,6
(14,9%)
|
População com
15-64 anos-Milhões
|
5.588,9
(62,9%9
|
6.966,6
(66%9
|
População com >
de 64 anos-Milhões
|
708.6 (8%)
|
2.022,5
(19,1%)
|
População activa
|
n.d.
|
5.515,2
|
Índice de
sustentabilidade potencial
|
6,4 (1971)
|
3,4
|
Índice de
envelhecimento-(Id/Jv*100)
|
27,3
|
102,2
|
Taxa bruta de
natalidade
|
24,1%
|
9,2%
|
Taxa bruta de
mortalidade
|
10,7%
|
9,7%
|
Esperança de vida
à nascença (anos)
|
n.d.
|
M=82,3 –
H=76,4
|
Reformados
(CNP/MTSS+CGA) Milhões
|
0.119,6
|
3.535,4
|
Pensão média
anual (preços corr. 2006)
|
€ 907,6
|
€
3.405,0
|
PIB per capita
|
55,4
|
16.199,3
|
Desemprego-milhares
|
165 (1981)
|
826,9 (2ºT 2012)
|
Taxa de
crescimento
|
2,3 (1986)
|
0.7 (2ºT 2012)
|
Analisando os dados acima, entre 1960 e 2012, é inegável que:
a) O decréscimo da população jovem (com
menos de 15 anos) isto não obstante o crescimento total da população. A variação do índice de sustentabilidade potencial é disso prova incontornável. (- 46,8%)
b) O envelhecimento geral da população
(dos 15 aos 64 anos e acima dos 64 anos)
c) O envelhecimento, ter especial
relevância no escalão acima dos 64 anos que aumentou de 8 % para 19,1%
d) O aumento descomunal do número de
reformados, que cresceu de 119,6 milhares para 3,405 milhões (+2.747%)
e) A redução das taxas de natalidade e
de mortalidade, tendo como efeito o agravamento do envelhecimento
É evidente que a deterioração dos indicadores registados no
presente, não deixam dúvidas que Portugal é hoje um país com uma população
envelhecida, com uma elevadíssima taxa de desemprego, cada dia que passa mais
pobre, sem perspectivas para inverter essa realidade a curto prazo.
Por outro lado, no período em análise, (51 anos) a acumulação de riqueza progrediu de forma obscena em
alguns casos, (para muito poucos) potenciando
as assimetrias sociais, isto não obstante o aumento relevante da literacia em
geral, com especial incidência no tecido mais jovem da população, sobretudo em
número de diplomados.
As medidas preconizadas e acordadas com a troica em Maio de
2011, na tentativa de corrigir os desvios verificados, por aplicação excessiva,
incompetente e mal preparada, (i)
redundaram em agravamento substancial na perda do poder de compra dos
trabalhadores, pensionistas e reformados e o colapso de dezenas de milhar de
pequenas, médias e algumas grandes empresas, tendo como reflexo a evidente redução
na procura de bens e serviços, levando o consumo interno a níveis já há muito
tempo não verificados por um lado, e, por outro, a falta de confiança dos
potenciais investidores em aplicar o seu dinheiro.
Concomitantemente, pela acentuada falta de procura interna e
dificuldades em cumprir os encargos e compromissos assumidos, o número de
falências empresariais subiu em flecha, elevando por arrasto a taxa de
desemprego e, consigo, a falência de muitas famílias. Muitos, alguns emigrantes no passado recente, voltaram a emigrar. Outros, mais jovens e mais qualificados, começam a emigrar, procurando meios que o seu país não consegue assegurar-lhes.
Para além da inexistência ou má gestão dos poucos recursos naturais
disponíveis, (ii) baixa produtividade
e ausência de políticas consequentes de desenvolvimento — incentivando a produção nacional, (iii) pouco criámos, seguindo a lógica
financeira do possuir; ter autoestradas, pontes, casas, automóveis,
aparelhagens etc. — encontramo-nos hoje na situação de
ter de alienar ao desbarato os poucos mas valiosos activos que possuímos,
nomeadamente empresas que levaram muitos anos a construir, com investimentos e consolidações
financeiras avultadas, encontrando-se algumas no topo da tecnologia mundial da
sua área de actividade podendo algumas ser consideradas de interesse estratégico.
Todos os governos pós 1974, ao invés de aplicar os
ensinamentos colhidos pela análise empírica, têm seguido, erradamente, os pseudo-postulados
dos pensamentos económicos teóricos, (iv) sem o cuidado e a modéstia de atender à nossa
realidade estrutural. Temos vindo a aplicar prática de experimentação teórica,
com remendos sistemáticos, inconsequentes sempre em prejuízo dos mais
carenciados. Além disso, tem igualmente beneficiado o poder do dinheiro, em
particular dos especuladores financeiros e grandes grupos, internos e externos.
Por isso, será igualmente justo recordar e atribuir importante
quota de responsabilidade aos factores de sobrevalorização financeira (falaciosa)
que importámos recorrentemente durante anos (juros
baixos, apelativos ao consumo desregrado) sem atender à sua
sustentabilidade nos médio/longo prazos, que acabariam de implodir e que ainda
flagelam os USA, (v) acabando por se
fazerem sentir, em menor ou maior escala em todo o mundo ocidental, com especial
incidência nas economias mais débeis, sem grandes recursos, como a nossa.
Resumindo, poderemos concluir que a dicotomia entre os
factores externos negativos ou de alto risco, e a falta de percepção interna
adequada sem reacção atempada — desbaratando a análise dos
conhecimentos empíricos disponíveis — terão sido razões fundamentais
para justificar o que ocorreu e ainda decorre
no nosso depauperado país.
2. Princípio da mudança
Para sair deste estado de coisas, será portanto necessário
mudar os paradigmas até agora implantados, alguns deles, persistentemente, com
aplicação clara de cariz dogmático.
Será sem dúvida necessário um esforço enorme de toda a
população activa e não activa, sejam trabalhadores, empreendedores/empregadores,
reformados, intelectuais ou estudantes, preferencialmente, com o mínimo de
intervenção dos políticos. Este será um princípio que todos terão de aceitar e que resulta simplesmente da razão,
transformando-o em axioma da própria razão.
Recordemos que durante muitos anos, no ocidente, glosávamos
recorrentemente a China por possuir uma taxa de natalidade elevadíssima, como
se isso fosse um pecado ou ausência de estratégia de desenvolvimento. A própria
governação chinesa impôs limites de crescimento na natalidade, permitindo-o
dentro de regras bem definidas, embora espartanas. (vi)
A realidade veio agora demonstrar que o crescimento
demográfico, acompanhado por um desenvolvimento elevado dos tecidos produtivos,
para satisfação da procura interna, ambos sustentados, são motores eficazes
para suprir as necessidades de crescimento. (vii)
Como não possuímos nem a dimensão nem os recursos
suficientes, temos imperiosamente que criar, com imaginação, regras imediatas/mediatas
conducentes ao crescimento demográfico qualificado, sustentado pela riqueza
criada, baseado na aplicação de cinco pressupostos essenciais:
a) Criar condições para o aumento da
produtividade a todos os níveis
b) Seleccionar, criteriosamente, a auto suficiência
na produção dos bens essenciais que possamos produzir competitivamente, nos sectores
económicos primário e secundário, facultando-lhes apoios consequentes.
c) Implantar, através da tributação equilibrada
de rendimentos, (do trabalho e capitais)
uma política social efectivamente equitativa.
d) Reduzir substancialmente o peso dos encargos do Estado, (despesas primária e secundária) reduzindo, simultaneamente, a sua influência interventiva na economia, excepto em casos de necessidade circunstancial tendo em vista o aumento de emprego, com o lançamento de projectos sustentáveis. (viii)
d) Reduzir substancialmente o peso dos encargos do Estado, (despesas primária e secundária) reduzindo, simultaneamente, a sua influência interventiva na economia, excepto em casos de necessidade circunstancial tendo em vista o aumento de emprego, com o lançamento de projectos sustentáveis. (viii)
e) Rigoroso controlo da acção dos agentes financeiros, internos e
externos, através de regulação atenta e consequente — não permitindo especulações abusivas, leia-se: navegação/
circulação livre e impune da ganância.
Estes serão os factores essenciais para iniciar o princípio da mudança
3. Princípio da contradição
É mais do que adquirido que para atingirmos os objectivos
acima com celeridade, necessitaremos do contributo de todos, incluindo o dos partidos políticos
existentes.
Para tal, será essencial que os actores políticos actuais e
todos os independentes, fora do espectro político, coloquem de lado, cada um de
per si, todos os princípios que revelem dogmatismo ideológico político,
dispondo-se e comprometendo-se formalmente a contribuir positiva e
constructivamente, na planificaçã de objectivos tendo em vista o
desenvolvimento sustentado da economia.
Será necessário espirito aberto, elevação de pensamento e total abertura intelectual, tendo em vista,
sempre, a criação de uma sociedade efectivamente justa, isenta da aplicação
abusiva do poder, partilhando de forma equitativa a riqueza produzida,
premiando proporcionalmente a mais-valia criada, não na óptica financeira, mas
na proporção do esforço efectivo do seu contributo produtivo.
Pela análise da prática política ocorrida nos anos pós 1974, facilmente
se constata que os modelos de desenvolvimento aplicados, foram notoriamente
recorrentes num objectivo claro: o de beneficiar as suas clientelas partidárias,
incluindo o mecenato oportunista.
Teremos igualmente de admitir que houve, de igual modo,
inegáveis melhorias nas condições de
retribuição laboral, bem como na implantação de regalias sociais na educação, saúde e serviços sociais,
elevando o nível geral de bem-estar da população. Foram conquistas obtidas
pelos trabalhadores, mais do que concessões ou prémios dos governos ou
empregadores.
Temos de admitir também que na sombra destas melhorias se
criou um pântano corporativo em alguns sectores de actividade, sobretudo em
alguns serviços essenciais, que terão igualmente de ser considerados de forma
substantiva, tendo em vista encontrar equilíbrio adequado.
Tudo isso está hoje, de forma brutal a ser colocado em causa,
sem culpa directa dos utilizadores, mas antes pelos diferentes gestores dos
destinos da Nação: todos os governos desde 1974.
Aceitar a contradição, assumindo culpas próprias,
posicionando-se com o firme propósito de alterar o presente descalabro em que
nos encontramos, será um factor essencial conducente à melhoria do bem comum de
forma realmente mais equitativa.
Como factualmente se poderá constatar pela experiência
colhida, quer pela actuação do presente governo, quer com aquela, já referida,
de todos os governos anteriores, julgamos que os portugueses deverão
evidenciar de forma explicita o completo divórcio com os políticos, pelo menos
até completa inversão no passado e actual comportamentos.
Porque é impensável seguir num regime democrático sem
partidos, teremos de procurar formas de luta que nos possibilitem alterar ou
pelo menos minimizar o actual estado do País, transmitindo aos políticos
mensagens que eles entendam, saindo do autismo de que padeceram e padecem.
Civicamente, sem apelos à violência, poderemos e devemos
demonstrar, para além das manifestações de rua, um inequívoco sinal de descontentamento: pura e
simplesmente provocar nas urnas um sinal claro. Como? Ficará ao critério
individual de cada um. Desde
simplesmente não votar até votar em branco ou
anular o boletim, rasurando-o.
Consideremos esta atitude como o movimento cívico “abstencionista militante”. Ele será certamente o princípio da contradição.
Suponho não existirem ainda dados actualizados nas listas de votantes
inscritos. (novos votantes, óbitos) Tomemos
como exemplo as eleições legislativas de 2011:
·
Inscritos 9.624.133
·
Votantes 5.588.594 58,07% divididos
pelos partidos
·
Abstenção 4.035.534 41,93%
·
Brancos 148.378 2,66%
·
Nulos 79.995
1,43%
·
Abst+Branc+Nulos 4.263.912
44,3%
Ou seja, ressalta evidente que a maior representatividade foi
apartidária
representando 44,3% da dos indivíduos inscritos. (admita-se até, por absurdo, que parte destes indivíduos possuía
coloração partidária…)
Como exercício comparativo e imaginando uma abstenção
sectorial ao voto, correspondente às
categorias de indivíduos:
· Desempregados
· Reformados e Pensionistas
· Funcionário públicos
chegaríamos ao impressionante número de 4,977 milhões. Se a
este valor adicionarmos, por estimativa, os actuais descontentes, não incluídos
nos grupos acima, aderentes ou não ao movimento “abstencionista militante”,
julgamos poder facilmente chegar aos 6,5 milhões de indivíduos o que
corresponderia a 67,5 % dos indivíduos inscritos.
Esse seria um reforço importante ao princípio da contradição empurrando os políticos para, pelo
menos, se colocarem na posição de aceitar o princípio
da mudança.
Notas
(i)
A aplicação apressada, mal preparada
ou descuidada das medidas correctivas aos desequilíbrios financeiros foram e
continuam a ser aplicadas sem estudo prévio em relação ao seu impacto, tendo na
maioria dos casos conduzido a efeitos contrários à preposição da sua concepção.
A falta de estatísticas actualizadas, celeres e correctas, é outro contributo importante
para a o insucesso dos resultados obtidos.
(ii)
Refira-se a ausência persistente de
estratégia na exploração dos recursos naturais, nomeadamente nos marítimos e
agrícolas. Excepção começa a gora a desenhar-se no campo da exploração mineral
mas insípida, algumas ainda com resultados a serem comprovados.
(iii)
Maus exemplos passados recentes, foram
a aplicação cega das normas da EU, p.ex. abate de vinha, olival e frota
pesqueira entre outros, os quais já deveriam estar a ser reimplantados. A
suspenção de projectos importantes como p.ex. a do regadio do Alqueva , é outro
mau exemplo.
(iv)
Ler ou reler as inúmeras teorias
económicas desde Adam Smith, passando por Engels, Pareto, Keynes, Muhammad
Yunus até Thomas Sargent/Chris Sims entre muitos outros, selecionando, para
ensaio, o que “parece” mais aplicável, não chega e é disso prova os resultados
até agora obtidos. É necessário antes “saber, com conhecimento profundo” — através da análise sistematizada — as origens do mal,
aplicando depois a melhor solução técnica, isenta de ideologia politica ou
dogmas economicistas, tendo sempre como objectivo a melhor solução global,
protegendo os indivíduos com mais carências, menos protegidos. Estabelecer
metas objectivas a médio/longo prazo, introduzindo espaço para medidas
correctivas adequadas, mantendo os objectivos comuns, ajudará certamente.
(v)
Implosão da bolha imobiliária,
(subprime) com resultados imediatos na falência do Lehman Brothers, aumento do
desemprego, crise nas NYSE e NASDAQ e restantes bolsa mundiais, necessidade de
emitir moeda.
(vi)
A China começa também a revelar
problemas no crescimento demográfico, pois a lei do filho único está a
desequilibrar a relação nascimentos/aposentados e consequente aumento da
despesa de suporte social. O controlo efectuado através do coeficiente de Gini,
revela indicadores preocupantes.
(vii)
A China é hoje a segunda economia
mundial, produzindo quase tudo o que consome, com o maior crescimento económico
do mundo nos últimos 25 anos, possuindo uma execução orçamental superavitária
que a possibilita navegar financeiramente, fora do seu território, comprando
empresas de interesse estratégico, ajudando deste modo a equilibrar as finanças
de alguns países ocidentais, entre eles os USA. Entre as 50 maiores empresas do
mundo encontram-se dois bancos o China Construction Bank e o Bank of China e
uma empresa de comunicações a China Mobile Com.
(viii)
Não se pretende aqui seguir ou aplicar
linearmente a teoria Keynesiana, mas coloca-la como uma opção possível a seguir
— em caso extremo — devendo sempre ser precedida de uma ponderação
adequada.
Foto: Ruralidades de Nanã Sousa Dias
Nota Importante:
A titulo de esclarecimento prévio, para quem não o recebeu por email na passada semana,
A titulo de esclarecimento prévio, para quem não o recebeu por email na passada semana,
gostaria clarificar que o mesmo já se encontrava em
preparação desde Julho passado.
As recentes declarações de agravamento das condições de vida
da esmagadora maioria dos portugueses, anunciadas pelo primeiro ministro e
ministro das finanças, justificaram a imperiosa necessidade de antecipar a sua
divulgação, sem lhe introduzir quaisquer actualizações, o que levou a não se ter efectuado uma revisão cuidada. Peço desde
já me sejam relevadas as eventuais gralhas ou imprecisões.
Tenho, no entretanto, recebido
alguns comentários, todos pertinentes, incluindo maioritariamente o apoio à
ideia apresentada i.e., à aplicação do sugerido e designado “movimento
abstencionista militante”.
Dos que se excluem desse conjunto — colocando-se não na sua oposição, mas em posição de dúvida linear — ressaltam os que colocam como desfecho mais provável pela aplicação estratégica deste movimento, um resultado eleitoral em que os partidos mais representativos, através dos seus habituais “seguidores incondicionais” (aqueles que votam sempre no mesmo, seja qual for a situação) poderão ganhar ou colocar-se em posição de governar, não obstante possuírem uma fraca percentagem de votos.
Dos que se excluem desse conjunto — colocando-se não na sua oposição, mas em posição de dúvida linear — ressaltam os que colocam como desfecho mais provável pela aplicação estratégica deste movimento, um resultado eleitoral em que os partidos mais representativos, através dos seus habituais “seguidores incondicionais” (aqueles que votam sempre no mesmo, seja qual for a situação) poderão ganhar ou colocar-se em posição de governar, não obstante possuírem uma fraca percentagem de votos.
Estariam na primeira linha dessa
possibilidade os partidos mais à esquerda (PCP e Bloco de Esquerda)
Confesso ter sérias dúvidas que
isso possa vir a suceder, isto porque a
massa de apoiantes “ferranhos” do PSD, PS e CDS-PP, chegarão para anular essa
possibilidade, obviando portanto o
resultado de uma maioria absoluta de qualquer dos partidos intervenientes.
Assim, e antevendo um nível de “votação apartidária” (soma da abstinência+brancos+nulos) a rondar os 70%, julgo que obrigará os partidos a reflectir e actuar com mais parcimónia e bom-senso, partilhando, com mais modéstia, os ideais para a Nação, ou seja, têm obrigatoriamente de se entender entre-si por forma a que consigam encontrar caminhos consensuais mais globais de pensamento, tendo em vista a efectiva resolução dos problemas sociais, económicos e financeiros com que o país se detém presentemente.
Assim, e antevendo um nível de “votação apartidária” (soma da abstinência+brancos+nulos) a rondar os 70%, julgo que obrigará os partidos a reflectir e actuar com mais parcimónia e bom-senso, partilhando, com mais modéstia, os ideais para a Nação, ou seja, têm obrigatoriamente de se entender entre-si por forma a que consigam encontrar caminhos consensuais mais globais de pensamento, tendo em vista a efectiva resolução dos problemas sociais, económicos e financeiros com que o país se detém presentemente.
É o que penso e acredito, e
gostaria que viesse a suceder. Para tal, temos de nos mobilizar e actuar
conscientemente, consequentemente.
Por não me entender com as redes
sociais, aproveito o ensejo para autorizar, quem assim o entender, dar
publicidade nesses meios a este movimento, identificando a sua origem.
Ps. Os resultados das
manifestações de Sábado, pela sua dimensão e espontaneidade, julgo serem provas
inequívocas quanto ao repúdio das politicas actuais e passadas, e, sobretudo de
pesada censura aos políticos em geral. Ainda estará por apurar o resultado
prático que ela virá a ter nos políticos, em especial no governo. De qualquer
modo, acho que teremos de continuar a pressionar e criar massa critica
suficientemente forte para mudar o actual estado das coisas. Acredito que o
movimento “abstencionista militante” poderá ser mais um importante contributo.
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