sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A Coreofrasia eleitoral e não só...



A arte de dizer coisas, umas sem sentido ou sem nexo, outras mantendo esses atributos mas com intenções simplesmente falaciosas ─ umas proferidas em tom tonitruante, outras em forma coloquial, com ar sério e convicto ─ são recorrentemente praticadas por todos os agentes políticos, muito em especial no decorrer das campanhas eleitorais como a que atravessamos, com a intenção clara de baralhar os cidadãos, induzindo-os a acreditar na imagem formatada por essa via, mais do que naquilo que não entenderam, levando-os a supor que esse facto se deve a exiguidade cultural própria, nunca má-fé intencional do discursante.
Pior ainda ocorre quando em grande parte dos discursos o seu conteúdo contradiz o que os próprios proferiram antes, noutras ou em circunstâncias idênticas. Como a memória invariavelmente é curta, essas contradições passam despercebidas, levando o cidadão inapto quanto a um elemento fundamental de juízo: avaliar o caracter de quem fala, prometendo ou simplesmente tentando levar a intuir que o que diz naquele momento é o que verdadeiramente conta.
É portanto fundamental que atentemos, no que esta gente; uns candidatos, outros do governo ou dos diferentes aparelhos partidários, todos com maior ou menor grau de serventia à partidocracia existente, disseram, dizem e continuarão certamente a dizer e efectuar uma tentativa séria  em  entender ou saber interpretar o que ouvirem, não o que dizem, mas o que pretenderão atingir, pela forma como o proferem.
Assim, a pouco mais de uma semana das eleições autárquicas, volto a apelar a todos que reflictam na necessidade de dar votos a quem não merece, recomendando a postura preconizada pela filosofia abstencionista militante. (abstenção pura, votar branco ou nulo)
Por se tratarem no fundo de eleições relacionadas com a proximidade local, tendo subjacente o conhecimento mais pessoal dos diferentes candidatos, abrirei aqui uma excepção: sugiro, de acordo com esse conhecimento e como alternativa ao abstencionismo militante, o voto em candidatos independentes, não incluídos nas máquinas partidárias.

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