domingo, 20 de dezembro de 2015

Não foi licença sabática…




Não, não foi. 
De facto, a ausência de postagems desde Junho não se deveu a um deliberado exercício sabático.
Tratou-se antes de um período de militância activa no esclarecimento aos mais próximos, familiares amigos e vizinhos (embora com mobilidade limitada) sobre o que vinha professando desde há muito: induzir nas cabeças mais renitentes, a imperiosa necessidade de mudar algo na recorrente e vetusta maneira de fazer política em Portugal.

Para isso, seria necessário que, depois de esclarecidos, com isenção  intelectual, livre de dogmas ideológicos, utilizassem convictamente, de forma pacifica, as armas ao seu dispor, nomeadamente, usar a plenitude do seu voto, de forma adequada e inteligente.

Para quem se deu ao trabalho de ler o que escrevi neste espaço (vidé as últimas postagems) abaixo) compreenderá de melhor modo o que defendi e sugeri: votar em qualquer partido menos nos componentes da partidocracia (PS, PSD e CDS)

Os resultados das eleições legislativas do dia 4 de Outubro, embora não tivessem resultado, na essência, como desejei,(a ingenuidade, convicções abstrusas  e ânsia na manutenção de empregos políticos imperaram) acabaram por redundar, na sua forma final, no que defendi e defendo: a necessidade de dialogar entre forças políticas divergentes, por forma a se obter uma pluralidade alargada de consensos políticos (convergentes) fundamentais,  conducentes a uma partilha efectiva nas decisões fulcrais aos destinos do país. Isto com o pressuposto de esse acordo representar a maioria dos votantes.

Resultou ─ como não poderia deixar de ser ─ num acordo de posições de partidos à esquerda da coligação de direita, governante até então.

Não será Democracia Participativa, mas é uma aproximação saudável a tal objectivo

Se essa formula e manutenção vai ou não durar uma legislatura, não sei. Que vai ser objecto de percurso difícil, com alguns tropeções, não duvido. 

Este é aliás um processo já implantado há muito tempo em alguns países europeus, alguns considerados como os mais avançados.

Haverá ainda que reconhecer, com isenção intelectual suficiente, que algo mudou e está a mudar na forma de fazer política. 
Somos hoje confrontados, através de sinais claros, de reconhecimento quanto aos exageros cometidos em nome da “salvação financeira”, através de uma inexorável e cruel aplicação de regras que levaram ao empobrecimento de muitos milhares de cidadãos e enriquecimento de outros; tudo em nome da aplicação cega e compulsiva da austeridade, alegadamente como forma compensatória aos desmandos “do viver acima das possibilidades”…

O próprio FMI, o reconheceu recentemente. Sem qualquer pretensão de adjectivar este fenómeno como sistémico, espero, para bem dos cidadãos europeus, que esta metodologia se alargue aos países que ainda não a praticam.

Para terminar, direi sem falácia, que é meu desejo que experiência similar possa vir a ser implantada em Espanha, resultado das eleições que hoje decorrem. Tenho por lá amigos que merecem tal desejo, que sei, é igualmente o seu.

J. Ferreira

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