terça-feira, 11 de agosto de 2009
Ainda a propósito do acordo ortográfico...
Desaguei, sem dar por isso, na biografia de João Guimarães Rosa e devo confessar, nunca ter lido nada dele, o que é imperdoável. Assim, e quanto mais me embrenhava , mais ia concluindo que houve sempre alguém, como ele neste particular, inconformadamente defensor da pluralidade léxica, neste caso, a do idioma português.
A este propósito, valerá a pena citar o que Guimarães Rosa escreveu em 1956:
"Escrevo, e creio que este é o meu aparelho de controle: o idioma português, tal como o usamos no Brasil; entretanto, no fundo , enquanto vou escrevendo, eu traduzo, extraio de muitos outros idiomas. Disso resultam meus livros, escritos em idioma próprio, meu, e pode-se deduzir daí que não me submeto à tirania da gramática e dos dicionários dos outros.
Se tem de haver uma fase feita, eu preferia que me chamassem de reacionário da íngua, pois quero voltar a dia à origem da língua, lá onde a palavra ainda está nas entranhas da alma, para poder lhe dar luz segundo a minha imagem.
Eu quero tudo: o mineiro, o brasileiro, o português, o latim, talvez até o esquimó e o tártaro. Queria a linguagem que se falava antes de Babel.
Amo a língua, realmente a amo como se ama uma pessoa. Isso é importante, pois sem esse amor pessoal, por assim dizer, não funciona. Quando escrevo repito o que já vivi antes. E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente"
Talvez por isso, continue a admirar Ferreira de Castro (também ele escreveu sobre o sertão) e Aquilino Ribeiro, entre outros, que no idioma português escreveram sobre as gentes, utilizando as suas locuções e vocábulos populares nos genuínos vernáculos locais.
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Vou te dizer que se não leu ainda, leia Ariano Suassuna, passarei o link, tenho certeza que vai gostar, mas creio que já conhece.
ResponderEliminarhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ariano_Suassuna
Renata Vasconcellos.
Me matem os dois de inveja, aqui estamos em agosto, chamamos o mês do vento forte, como no nordeste inverno ainda parece verão, nada a reclamar, só da inveja de não poder comer sardinhas e dourada que não conheço.
ResponderEliminarBeijos aos amigos virtuais que sabem que viver é sempre importante, com qualidade e bons amigos.
Beijo
Renata Vasconcellos
Para matar-te um pouco mais, de inveja, claro,escuta que hoje vou fazer para a minha janta, joaquinzinhos como minha avó fazia, lá na quinta. Supondo que não sabes o que é, explico: saõ carapaus pequeninos, envoltos numa massa de ovo e farinha, fritos, bem tostados. É um petisco de morrer...
ResponderEliminarQuanto ao Ariano, só lembro um filme dele que foi primneiro livro (auto da compadecida) Foi numa altura (anos 60 se me lembro) em que a cinematografia brasileira (não telenovela!) apareceu em portugal. Dessa altura lembro também "o cangaceiro"
Obrigado pela dica.
Finalmente vais desculpar-me, mas tenho de discordar da classificação adejectival do vocábulo " virtual", isto em relação à amizade. Existimos e estamos participando activamente, com amizade. Logo, eu diria: pode ser uma amizade mantida a longa distância, mas de virtual não tem nada não!
Beijos,
Zé
Concordo e assino em baixo! Sempre fritaste os jaquinzinhos, hein? Hmmmmmmmm! Nós acabámos por não ir à praia, ficámo-nos por casa, cada um a trabalhar para o seu lado. Valeu a pena, que a vida não pode ser só vícios e lazer! Um beijo para os dois, Zé a Renata, da vossa amiga não-virtual e bem real,
ResponderEliminarVera