segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Português ou Ibérico?
Vão fazer amanhã, dia 1 de Dezembro de 2009, 369 anos que nos livramos da monarquia Filipina.
As perguntas que me ocorrem, olhando, restrospectivamente a História, são:
• Será que valeu a pena?
• Estaríamos hoje, melhor se fossemos um só país, a Ibéria?
• Para além do dialecto, português, entre outros, qual seria a língua oficial?
• Já teríamos TVG até Lisboa e Porto?
• Onde se situaria a Assembleia da República?
• Teria D. Juan Carlos mais direitos dinásticos que D. Duarte?
• Teríamos, em futebol, um Real Lisboa e um Real Madrid?
• Teríamos um salário mínimo mais elevado, igual ao deles, actualmente?
• Seríamos mais fortes como pais?
• Teremos, com a revolução de 1640 desperdiçado uma oportunidade de sermos, hoje,maiores e mais importantes?
Sinceramente, por muito orgulho que tenha em ser português, muito difícil se torna responder às questões acima formuladas.
Eu por mim vou instigando os meus filhos a aprender espanhol, mais do que francês.
Será, pragmaticamente, uma decisão acertada, julgo.
O Advento, Tradição ou Fé Cristã?
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
O Artista e o Crítico
Agostinho da Silva, in 'Diário de Alcestes'
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Será que continuamos a ser Imbecis?
"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio,
sábado, 14 de novembro de 2009
Gato por lebre, ou qualidade?
Nostalgia, pois o Visconde da Luz, foi durante bastante tempo, o meu restaurante de eleição, quer em festejos familiares, quer em eventos profissionais.
Aí me acolhiam sempre com amigável simpatia e profissionalismo à prova de bala um dos proprietários, o Casaleiro (já arredado faz tempo) o Xico Freire ou o Manel Cerqueira.
Surpresa, porque não obstante a enorme quantidade de oferta existente na área, alguém tenha tido a ideia de escolher o Visconde da Luz ( suponho que terá sido do Paulo Branco) para satisfazer os assumidos requintados gostos gastronómicos de tão importantes figuras da cultura Universal.
Desde que me mudei para esta zona Eiriceirence, que deixei de frequentar tão assiduamente o Visconde da Luz.
Faz já mais de 6 anos que ali não poiso. De facto, também aqui , nesta zona, se come muito bem, incluindo o peixe fresco e o marisco.
Finalizo, expressando a razão principal desta asserção.
Quando a qualidade persiste e sobrevive tanto tempo, valerá a pena perguntar:
Finalmente e para que não sobreviva a ideia errada que só se come bem em restaurantes caros, (neste caso, através da quase apologia ao Visconde da Luz) devo confessar a minha, ainda hoje inculcada apetência para experimentar ou petiscar nas chamadas tascas, ou restaurantes familiares.
Recordo por exemplo, as paradigmáticas tascas nortenhas, que, pessoalmente, considero como dos grandes expoentes da arte de bem comer, " A Tasca da Vila Meã e o "Aleixo", ambas no Porto.
domingo, 8 de novembro de 2009
Ainda curiosidades linguísticas
Numa delas, descrevi a surpresa da utilização, em Itália - para mim pejorativa - do vocábulo "portuguese" significando ou relacionando o mesmo ao acto de entrar de salto, sem pagar, fosse onde fosse.
Como então escrevi, não consegui em Milão, encontrar justificação para aplicação de tal epíteto.
Hoje mesmo, por generosa comparticipação de uma Amiga e vizinha, a Isabel, consegui, finalmente, compreender a relação entre a palavra e os actos que terão justificado a aplicação da mesma, facto que ainda hoje perdura.
Assim passo, por palavras suas, o que me foi transmitido:
cito
"Zé,
De vez em quando espreito os blogs dos amigos, e desta, achei imensa graça ao seu comentário aos "portuguese".
Uns amigos meus, de Roma, contaram-me que esse termo vem de 1516, aquando duma Embaixada que D.Manuel I enviou a Roma e da qual constava um Elefante para ofertar ao Papa Leão X.
Tal como hoje... os portugueses, abusando da recepção que lhes foi feita, entraram,comeram e beberam em todos os lados agradecendo (supostamente...) mas sem pagar....
Portanto, desde aí, tudo que entrasse à borla, passou a ser conhecido por "portuguese"
Há um obelisco com um elefante, frente à Igreja Sª Mª Sopra Minerva, em Roma.
Quis confirmar a história, mas na Wikipédia , apenas aprendi o nome do Elefante : Hanno!"
Fim de citação
Sempre a aprender, até morrer.
Obrigado Bé!
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Ainda 365
Hoje vou ser parco em palavras.
Acedo só para expressar uma analogia simples que me aflorou ao acordar, sobre duas ocorrências diversas, coincidentes temporalmente.
Trata-se da comemoração da passagem de 365 dias sobre essas ocorrências.
Uma refere-se a B.H.O e outra a J.L.F.
O primeiro é norte-americano, presidente dum país enorme, esgrimindo, diariamente, com a política.
O segundo é português, prolífero literato em verso e em prosa, esgrimista exímio da palavra escrita.
Ambos perfizeram recentemente 365 dias de actividades distintas, que segui e continuarei a seguir com interesse.
A ambos presto a minha modesta homenagem.
domingo, 1 de novembro de 2009
Pontualidade ou a falta dela
Sou fervoroso incondicional defensor e inveterado praticante da pontualidade.
É um tema recorrentemente penoso, para mim e sobretudo para os que mais de perto convivem comigo, pois sou acerbo e inexorável critico à falta de pontualidade.
Passou-se este Sábado com os meus filhotes, mais uma vez. Cheguei, como é meu hábito sensivelmente 10 minutos antes da hora que havíamos combinado de comum acordo, no dia anterior, ir busca-los a casa da mãe, às 10:00 horas. Não obstante os meus esforços através do telefone, (antes, durante e depois da hora marcada) acabei por ter de esperar quase 35 minutos para além da hora combinada.
Este procedimento, já classificado mais que uma vez, como obsessão, não passa de uma disciplina que assenta num principio simples, que o nosso querido professor Moniz Pereira, classifica como uma ofensa pessoal.
Cedo aprendi e ao longo dos anos me tem servido de referencial, uma experiência ocorrida no meu primeiro emprego. Aconteceu em 1963, era então trabalhador-estudante. Nesse dia,e por impossibilidade do meu chefe, o Augustin Fernandez, fui encarregado de acompanhar um americano (cujo nome já não me recordo) da Pratt & Whitney, fabricante, entre outras coisas, dos reactores do Boeing 707.
A missão era simples, pois tratava-se de ir busca-lo ao hotel Tivoli, na Avenida da Liberdade e leva-lo à TAP, no aeroporto de Lisboa. Isto para dar cumprimento a uma reunião marcada, atempadamente, com o Comandante Roger de Avelar, e, após a mesma, voltar com ele ao escritório.
A entrevista estava agendada para a 09:00 horas da manhã com uma duração máxima de 1 hora, igualmente definida , aquando da marcação.
Por muito que se estranhe, já naquela altura, atravessar Lisboa de automóvel era uma aventura. Por falta de experiência e à boa maneira portuguesa calculei que 30 minutos seriam mais que suficientes para, atempadamente, chegar à entrevista. Assim, às 08:30 lá cheguei ao hotel tendo arrancado de imediato com o homem da P&W.
Para além do tráfego infernal até ao aeroporto e demora na recepção (por acumulação de visitantes) à entrada do espaço da TAP, facultando dados pessoais à segurança, chegámos ao gabinete do comandante Avelar às 09:20H.
Após anúncio de chegada, a sua secretária introduziu-nos de imediato na sala de reuniões,contigua ao gabinete de trabalho. Após os cumprimentos e as minhas esfarrapadas desculpas pelo atraso, o comandante Avelar, em tom solene, disse simplesmente: caros senhores, esta entrevista estava programada para durar 60 minutos. Considerando o vosso atraso, a mesma fica restrita a 40 minutos.
E durou de facto só 40 minutos, sem direito a um minuto de extensão que fosse.
Foi uma lição que nunca mais esqueci, mantendo, ainda hoje, uma metodologia simples: prefiro chegar meia hora antes do que cinco minutos atrasado. Por esse facto, considero a falta de pontualidade um défice de consideração, tal como o professor Moniz Pereira, uma ofensa pessoal.
A este propósito, recordo igualmente um caso, citado pelo nosso saudoso Raul Solnado, como ocorrido com ele próprio.
Ele teria um espectáculo marcado no Porto. Por uma questão de comodidade e rapidez, terá optado ir de avião, nesse mesmo dia, em voo com suficiente tempo que lhe daria até para comer qualquer coisa antes do programado espectáculo.
Todavia, devido a um dos costumeiros e aborrecidos nevoeiros que usualmente, naquela época do ano ocorriam, o voo teve um atraso significativo, implicando que o Raul não chegou à hora marcada. Efectuou, da melhor forma que lhe foi possível, uma apresentação de desculpas ao público que pacientemente o havia esperado, enfatizando a responsabilidade da instabilidade meteorológica, justificação que terá sido maioritariamente aceite pela assistência, à excepção de um dos presentes sentado, algures na plateia, que disparou: Prá próxima vê se vens no dia anterior!
Por experiência, sobretudo profissional, devo confessar, que me é frustrante e doloroso constatar que ainda hoje a falta de pontualidade é (re)corrente, usual, quase sistémica quer em Portugal, quer no resto da Europa de expressão latina, com especial incidência em Espanha, França e Itália. Ao contrário, pela prática colhida, onde encontrei maior rigor com a pontualidade foi na Alemanha, à frente, com destaque da Inglaterra, secundados pela Bélgica e países nórdicos.